Eihei-ji: um tour dentro da matriz do Zen Budismo


Monges no templo Eihei-ji

O Eihei-ji é um mosteiro e um local altamente sagrado para os seguidores da escola Sōto-shū do Zen Budismo, mas ele também recebe diariamente um mundaréu de visitantes por ser uma das principais atrações turísticas da província de Fukui.

Consagrada como a linha zen budista mais conhecida internacionalmente, a Sōto-shū mantém templos em vários países, inclusive no Brasil. Essa escola possui duas matrizes, uma delas é o própio Eihei-ji e a outra é o Sōjiji, que fica na cidade de Yokohama (Kanagawa).

Fundado em 1244, o Eihei-ji ocupa uma imensa área numa região montanhosa e possui um colossal conjunto arquitetônico que inclui setenta prédios.

Num domingo ensolarado de setembro, eu me juntei à multidão que fazia fila para participar de um tour pelos principais pavilhões do templo. Veja as imagens dessa visita ao Eihei-ji no slide show do Relatos e Fotos.

Um dos pontos mais bonitos do Eihei-ji é a escadaria no meio de uma alameda de cedros centenários culminando num portal

Direto de Koyasan, em Wakayama

Da montanha Yoshino, em Nara, eu dei um pulo para outra montanha, a Koyasan, na província de Wakayama. É um antigo local de peregrinação religiosa que já chegou a contar com nada menos que 3 mil templos.

As pousadas dentro dos templos atrai grande número de turista estrangeiros

Koyasan é um clássico do turismo Japão, cujo destaque são as pousadas dentro dos templos e a comida budista-vegetariana neles servida, a shojin-ryori.

Estas fotos são uma prévia para vocês curtirem enquanto a reportagem completa estiver na fila para postagem.

Kayasan é um um dos lugares do Japão com maior concentração de arquiteturas budistas

Monges percorrem a área do templo Kongobuji
Tema > Templos | 12:25 | comentários (0) | -

Ao som do biwa, no boteco de monges

Ontem, eu fui novamente ao Vowz Bar (Bozo Bar), o curioso boteco de monges budista em Tokyo, sobre o qual eu postei um Relatos e Fotos em fevereiro.

Monge Fujioka tocando o biwa

Desta vez, a novidade que o monge Yoshinobu Fujioka me contou foi que ele estava aprendendo a tocar biwa, um instrumento clássico japonês que parece um alaúde.

Eu pedi para ele fazer uma demonstração e aí vai a foto do “show de uma musica só”. Pena que não tem o som. Fica para uma próxima vez.

O monge Fujioka reafirmou que os brasileiros serão sempre muuuuuito bem-vindos no bar.
Tema > Budismo | 22:49 | comentários (0) | -

Vowz Bar, um boteco de monges budistas

O monge Yoshinobu Fujioka preparando um dos exóticos coquetéis da casa

Monges podem ter bar e servir bebida alcoólica para as pessoas? A religião permite?

Eu fui pessoalmente saber qual é a real do grupo de budistas de linhas tradicionais japonesas que tem um boteco em plena Tokyo e que está na pauta da mídia japonesa e estrangeira no momento (...)

'As primeiras preces do ano' ou 'Os deuses devem ficar saturados'

Ir rezar no templo dentro dos três primeiros dias do ano é um ritual pessoal para a grande maioria dos japoneses. Esse ato é chamado de hatsumōde. Os santuários mais famosos ficam apinhados de gente. O campeão de visitas é o Meiji Jingu (Tokyo). No ano passado, ele recebeu uma multidão de mais de 3 milhões de pessoas, e isso apenas entre 1 e 3 de janeiro.

Eu não tenho religião, mas todo ano faço o meu hatsumōde em algum templo por perto, mesmo se estiver viajando. Gosto do clima animado desses dias e do aspecto antropológico dos rituais de passagem do ano.

Este ano fui no templo budista Tanjō-ji, em Kamogawa (Chiba). Ele não é famoso, mas é relativamente conhecido porque fica no local onde nasceu Nichiren, o criador de uma linha budista japonesa que leva o seu nome.

Portal do templo Tanjō-ji Corredor do Templo Tanjō-ji Atualmente, o hatsumōde é uma das poucas ocasiões durante todo o ano que as jovens têm oportunidade para se vestir com o quimono Incrível, o pessoal pega o macinho de incenso deixa a moeda e ninguém surrupia Acendendo o incenso No verso da madeira se escreve um pedido para as divindades Fila para ir ao local de rezar em frente para o altar

Enquanto esperava na longa fila para ir no local de rezar, fiquei com pena dos deuses e divindades japoneses. São tantos os pedidos nesses três primeiros dias do ano que eles devem ficar saturados.

Para não aumentar o trabalho dos coitados, resolvi por em prática o que o sacerdote xintoísta Yoshihiko Baba, do templo Musashi Mitake Jinja, me falou. Ele acredita que a atitude da maioria das pessoas diante do altar esta errada. Seja qual for a religião, não se deve ficar fazendo pedidos. Mas firmar compromissos de que vai se esforçar para conseguir os seus objetivos.

Pelo o que eu entendi, ele quis dizer que, por exemplo, em vez de rezar para ter boa saúde, a pessoa deve se comprometer que vai se cuidar bem, realizar exames médicos preventivos, ter boa alimentação e outras atitudes para não ficar doente. Ao invés de ficar pedindo para ter dinheiro, deve prometer que vai batalhar para viver com simplicidade, evitar os gastos supérfluos, não cair no consumismo desenfreado etc. Depois que a situação ficar preta, não adianta jogar o abacaxi na mão dos santos.

Quando eu entrei na fila pensei em rezar para pedir uma ajudinha. Neste ano, gostaria de conseguir fazer bastante postagens no Curtindo o Japão. rerere

Depois, mudei de “atitude”, seguindo o conselho do sacerdote, e firmei o contrato com as divindades do Tanjō-ji de que vou batalhar o máximo, criar tempo e energia para cumprir o meu objetivo, já que ingredientes e inspiração para fazer as postagens não faltam.

Podem me cobrar.

Joga-se moedas na urna antes de rezar

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