




(BR Press) – Deu no suplemento de moda de primavera da revista Time: a nova tendência em estilo é a roupa e acessórios sem marca. No Japão, um fértil celeiro de cultura pós-moderna, a “no logo generation” já pode ser identificada. Não é o caso de apagar totalmente aquela imagem de hordas de japoneses atrás de suas Louis Vuitton na Galeries Lafayette, em Paris. “Marcas dizem cada vez mais sobre individualidade ao invés de logos”, diz Kenji Ikeda, 33 anos, designer de bolsas que deixou a Givenchy para criar sua própria marca – sem etiqueta, diga-se –, em ascensão desde 2003.
Do Flickr: Street fashion no Japão
“Ninguém precisa de grandes e brilhantes logos no que está usando para ser associado a luxo e status”, acredita Jason Lee Coates, diretor da H3O, empresa de relações públicas em moda sediada em Tóquio. Usar produtos sem marca – aparente, pelo menos – e de extrema qualidade, segundo os “papas” do movimento sem logo, é o verdadeiro sinal de bom gosto e, claro, poder aquisitivo.
Mas será que esta tendência “no logo” não reflete simplesmente a rebeldia contra as marcas do “establishment” chique? Afinal, a indústria da moda sem etiqueta pode ser, apesar do trocadilho, mais elegante e individualizada. No entanto, não deixa de “significar” (de signo mesmo, a unidade essencial da semiótica) uma grife em termos de opção.
Um exemplo é a caveirinha da marca Mastermind Japan, que tem entre “usuários” Tom Cruise e Justin Timberlake, e que virou ícone “sem logo” e sinônimo de uma roupa de qualidade – e ética, já que resgata e valoriza o trabalho único, artesanal, numa sociedade de consumo em escala industrial.
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